Uma das maiores qualidades de uma ótima redação jornalística é a clareza e objetividade. Isso acontece porque geralmente o leitor, ao ler uma notícia, quer relaxar e se informar. Por isso, é essencial que o texto seja sucinto, isento de expressões prolixas.
O que é ser prolixo?
A prolixidade é um traço textual que revela a falta de domínio do escritor com as palavras. Essa limitação abarca desde pequenas palavras e frases redundantes que poderiam ser substituídas por outras menores, até blocos de texto desnecessários, os quais fogem do assunto e/ou não são produtivos.
Se você quer aprender a escrever uma matéria jornalística direta, estruturada e planejada, evitando encheção de linguiça e parágrafos extensos sem necessidade, clique aqui.
Porém, se você se identificou com isso, não se preocupe: vou listar as sete expressões amadoras mais comuns, além de várias das redundâncias mais usadas, as quais muitos escritores (até profissionais) nem se dão conta, o que pode te destacar no universo da comunicação.
Casos de expressões prolixas e suas alternativas
"Na minha opinião" Essa expressão é prima das "eu acho", "no meu ponto de vista", etc. Elas tiram toda a credibilidade do texto, porque denotam subjetividade e achismo. Alternativa: remova-a. Assim, você deixa a informação mais precisa e concreta. Exemplo: "Na minha opinião, essa informação basta para surtir o efeito." Alternativa: "Essa informação basta para surtir o efeito."
"Pode ser que" Esse trecho no seu texto é mais um que configura a sua informação como subjetiva, porque sua ideia não será vista como certeira. No entanto, ainda pode ser usada, dependendo do contexto. Mas vale ressaltar que uma redação jornalística é direta e não tolera as opiniões do redator. Ele se varia, muitas vezes, com termos como "pode(m)", "talvez", etc., e há de ser substituída por "é", pelo verbo principal conjugado no presente do indicativo ou re. Exemplo: "O país está passando por tais crises porque pode ser que há instabilidades governamentais e má gestão política." Alternativa: "O país está passando por tais crises políticas porque há instabilidades governamentais e má gestão política."
"É óbvio que", "obviamente", "sem sombra de dúvidas", etc. Você, como um ótimo redator, se está escrevendo algo, é porque é verdadeiro, certo? Portanto, não há necessidade de reafirmar a veracidade de uma informação. Então, tente remover expressões assim e veja o efeito. Exemplo: "Sem sombra de dúvidas, a fome é a causa do atual caos." Alternativa: "A fome é a causa do atual caos."
"Estudos dizem que..." Essa é mais um vício de muitos redatores que compromete a veracidade do que é escrito em seus textos. Quer mostrar que a informação é baseada em dados e pesquisas? Mencione o nome do autor/organização que comprovou essa ideia; de onde você tirou essa informação; dê data e local, se for relevante. Exemplo: "Segundo pesquisas, o inverno de 2024 será o mais rigoroso dos últimos 200 anos." Alternativa: "Em 2024, segundo estudos do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), o inverno será o mais severo dos dois últimos séculos."
"Em decorrência do exposto..." Apesar de ser um elemento coesivo eficaz, o qual introduz a conclusão de uma ideia, ele consegue ser reduzido com "Por isso", "Portanto", "Dessa forma", etc., ou seja, por conjunções conclusivas. Exemplo: "Em decorrência do exposto, a forma mais eficaz de combater a dengue é [...]" Alternativa: "Portanto, a forma mais eficaz de combater a dengue é [...]"
Repetição de palavras Não necessariamente uma expressão específica, mas um coletivo de erros da mesma natureza. Vou começar exemplificando: "João, traficante de drogas, foi flagrado dirigindo um caminhão carregado na Avenida Getúlio Vargas. O traficante responderá ao juiz sobre o feito." É notável que a palavra "traficante" se repete e deixa o parágrafo um tanto amador. Nesse caso, esse termo poderia ser trocado por um sinônimo, como "criminoso", ou até pelo pronome "Ele". Alternativa: "João, traficante de drogas, foi flagrado dirigindo um caminhão carregado na Avenida Getúlio Vargas. Ele/O criminoso terá de responder ao juiz sobre o feito."
"Criar 500 novos empregos" O verbo "criar" já dá ideia de novidade, algo que foi inventado, construído e/ou liberado, o qual não existia anteriormente. Portanto, não é necessário utilizar o adjetivo "novos". Exemplo: "A empresa x criou 500 novos empregos." Alternativa: "A empresa x criou 500 empregos."
Pleonasmos: Pleonasmos são redundâncias, mas eles vão além das expressões "aumentar mais alto", "subir para cima", etc. Confira alguns exemplos sutis que muitos redatores utilizam sem perceber e comprometem a fluidez da leitura:
"Fato real" (fato);
"Prorrogar para depois" (prorrogar/adiar);
"Consenso geral" (consenso);
"Elo de ligação" (elo + adjetivo)
"Manter o mesmo" (manter + complemento)
"Todos foram unânimes" (substantivo + verbo + unânime[s])
"Ambos os dois" (ambos + os [se necessário] + complemento);
"Encarar de frente" (encarar + complemento)
"Há muitos/poucos anos atrás" (há muitos/poucos anos)
"Planejaram antecipadamente" (planejaram)
"Todos os países do mundo" (todos os países)
"Ciclo vicioso" (ciclo)
Observação
Entretanto, é importante lembrar que, em alguns contextos específicos, as redundâncias são necessárias para comunicar com mais precisão ou dar ênfase, porém é mais comum em situações informais – por exemplo, "Com meus próprios olhos, eu te vi fazendo aquilo!" – e não em redações jornalísticas, apesar de ser possível.
Conclusão
Portanto, uma notícia há de ser direta e sucinta, a fim de não cansar o leitor, o que não é interessante para os mecanismos de busca.
Para escrever um texto nessa configuração necessária, é essencial utilizar expressões limpas e cruas, porque é assim que a leitura se torna fluida e o leitor mantém-se engajado.
Assim, convido tanto os redatores em busca de aprimoramento quanto as empresas que buscam serviços de redação a visitarem meu site. Por uma plataforma dinâmica e intuitiva, oferecemos recursos valiosos para aprimorar suas habilidades de redação, bem como soluções sob medida para atender às necessidades de conteúdo da sua empresa.
Vamos nos unir hoje mesmo e embarcar nessa jornada rumo ao sucesso na sua produção de conteúdo!
Comments